A disparidade salarial entre mulheres e homens é consequência de uma série de desigualdades que as mulheres enfrentam no acesso ao trabalho, progressão na carreira e remuneração. A Comissão Europeia aponta 4 fatores para explicar a disparidade salarial:
1. Segregação na educação e no mercado de trabalho: verifica-se uma sobre-representação de mulheres em domínios em que os salários são mais baixos, como a saúde, prestação de cuidados e educação. As profissões altamente “feminizadas” tendem a ser desvalorizadas de forma sistemática. Por outro lado, a proporção de homens é muito elevada (mais de 80%) em setores mais bem remunerados, como as ciências, tecnologias, engenharias e matemáticas (STEM).
2. Cargos de gestão e liderança claramente mais ocupados por homens: estes são mais promovidos que as mulheres e, portanto, mais bem remunerados. Esta tendência segue até ao nível da gestão e administração de topo (CEO), onde apenas 7,8% são mulheres.
3. Desequilíbrios na partilha de cuidados à família e trabalhos domésticos: as mulheres trabalhadoras, em média, despendem menos horas em trabalho pago do que os homens, mas mais horas em trabalho não remunerado (tarefas domésticas e prestação de cuidados à família). Por outro lado, as mulheres tendem a fazer mais interrupções na carreira para cuidar de familiares, o que tem impacto em futuras remunerações e pensões.
4. Discriminação: há mulheres que ganham menos do que os homens por fazerem trabalho de valor igual, embora o princípio de igual salário por trabalho de igual valor esteja consagrado nos Tratados Europeus desde 1957.
Ao instituir o dia Europeu pela Igualdade Salarial, que este ano se assinala a 10 de novembro, a Comissão Europeia chama a atenção para o facto de as trabalhadoras na Europa ganharem, em média, menos 14,1% que os homens Este dia marca a data a partir da qual as mulheres começam efetivamente a trabalhar de graça até o final do ano.